GOTA VERDE
(Silvio Ribeiro)
Sobra
do passado distante,
Em
seu manto verde e singular,
Tristonho
e singelo Bosque dos Maias,
Felizmente
ainda mantém seu lugar.
Sua área limitada,
Pelos ditames da especulação,
Que reduziu seu espaço elegante,
Para que a cidade tivesse expansão.
Gota
verde, manto saudável,
Incrustada
em meio de cimento armado,
Representas
a natureza alegre,
Cujo
valor está completamente acabado.
O desrespeito por ti é real,
Poucos te ajudam manter-se vivente,
Depredam, até ocasionam tua queima,
Não lembram que és vida, tens existência evidente.
As poucas árvores que lhe dão volume,
São
relíquias do passado no presente
Estão
sufocadas na natureza,
Pelo
progresso onipotente.
As
gramas, arbustos e folhagens,
Que
em sua base dão o aspecto geral,
Estão
escassos, todos amarelados,
Recobertos
por cimento ou num abandono total.
As águas que regam suas terras,
Poderiam lhe dar grande potência,
Porém foram todas poluídas,
Não servem nem para sua
subsistência.
Poucos
te valorizam,
Como
ambiente ecológico da natureza,
Fornecendo oxigênio aos
seres vivos,
E
uma paisagem de rara beleza.
És concebido como praça de esportes,
Onde todos circulam paulatinamente,
Não te respeitam como bosque,
Nem o valor do ar que respiram
livremente.
Esse
é o mal da população,
Que
vive nos grandes centros,
Acabam
com as matas que muito ajudam,
Dando
vida, alegria e bons momentos.
Só nos resta pedir ao criador,
Apesar de simples, que te mantenhas.
Para nós o único verde existente,
Sem ti, nossa vida se desdenha.
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