terça-feira, 6 de março de 2012

TRISTE  FIM



Criado pela natureza,
Corria pelo vale afora,
O riacho limpo e puro,
Que não mais existe agora.

            Suas águas claras e frias,
            Cuja pureza traduzia,
            Segurança ao saciar nossa sede,
            Sem necessitar de qualquer alquimia.

Casado com o manto verde,
Que suas margens cobria,
Formava um belo cenário,
Cuja beleza, igual nunca se via.

            De suas águas também se extraia,
             O pescado do lazer,
             E os mergulhos em suas poças,
             Nos dava muito prazer.

Batizado Córrego dos Cubas,
Em homenagem ao seu protetor,
Durante anos seguidos,
Correu com muito primor.

            Porém, é sempre evidente,
            Toda vez em que o homem aparece,
            Destrui com sua fúria incessante,
            O que a natureza nos oferece.

Assim nosso querido córrego,
Teve seu destino incerto,
Deixou de ser puro e saudável,
Para ser um riacho inerte.

         Não bastasse ser deturpado,
         Aos poucos, em esgoto foi transformado,
         Para servir  a grande cidade,
         Ficando todo deteriorado.

À mercê do chamado progresso,
Que destruiu sua aparência,
Foi recoberto de pedra,
Extinguindo sua existência.

          Agora só nos resta a saudade,
          Do saudoso ribeirão,
          Que outrora tinha vida,
          Hoje, desaparecido no chão.

Esse é um exemplo típico,
Da grande destruição,
Feita pelas mãos do homem,
Nessa nossa imensidão.

           Adeus Córrego dos Cubas,
           Cujo espaço doou com seu recesso,
           Originando uma longa estrada,
           Como fruto do progresso.

                                                                 Silvio Ribeiro

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