terça-feira, 6 de março de 2012

RECRUTA  GUARULHENSE



O progresso quando chega,
Trás muita felicidade,
Tanto pra quem mora no campo,
Como os que vivem na cidade.

            Assim aconteceu em Guarulhos,
            Aos recrutas militares,
            Para servir o governo,
            Partiam pra outros lugares.

Havia três opções,
Exercito, marinha  e  aeronáutica,
O exercito e a marinha ficava fora,
E aqui somente a aeronáutica.

            Porém, não era tão fácil,
            Ingressar na aeronáutica,
            Pois havia um teste de aptidão,
            Feito por escrito e na prática.

Além da prova escrita,
Também pesava a altura,
O candidato devia ter um metro e setenta,
E mostrar certa desenvoltura.

            No exercito era mais fácil,
Até com um metro e cinqüenta aceitava,
            Bastava ser aprovado no exame médico,
            E logo se incorporava.


Na marinha, tudo bem difícil,
Pois havia somente em Santos,
O simples alistamento,
Para o candidato era um desencanto.

            O problema era a distância,
            Aos  que para lá se aventurava,
            Além de ser muito longe,
            A viajem os atormentava.

Para quem lograsse a aeronáutica,
No quartel  de cumbica é que servia,
Cujo acesso era feito pelo trem de Guarulhos,
O único meio de transporte que existia.

Com uniforme caqui-amarelado,
Lotavam o trem especial,
Onde  viajava  somente militares,
Dos arredores e da capital.

Já os do exercito,
Que da aeronáutica escapava,
Eram mandados pra ser recruta,
Na cidade de Caçapava.

            Sempre uma viagem dramática,
            Não havia condução adequada,
            Era necessário ir de carona,
            Esticando o dedão na estrada.

O regresso  demorado,
Durava quinze dias  e até um mês,
Era sempre comemorado,
Pelos familiares todos de uma só vez.

Mas o tempo trouxe o progresso,
Que a todos facilitou,
Para o recruta de vida difícil,
De certa forma, tudo melhorou.

Foi criado o Tiro de Guerra,
Unidade derivada do exercito,
Para formar os militares de Guarulhos,
Tudo aqui e bem mais perto.

Segundo o regulamento,
Que rege o Tiro de Guerra,
Obriga servir menor tempo,
Que os serviços de outra esfera.

O  jovem pode servir a pátria,
E a outros afazeres se dedicar,
Além dos serviços particulares,
Também pode estudar.

Diferente dos mais antigos,
Que ficavam muitos dias fora,
Hoje ele está sempre em casa,
Devendo apenas cumprir sua hora.

De qualquer forma, tudo é válido,
Servindo o exercito, marinha ou aeronáutica,
Olavo Bilac, nosso poeta já dizia,
O  importante é servir e ser útil na vida e na pratica.

Silvio Ribeiro


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